O meduloblastoma é um tumor cerebral que tem início no cerebelo. O cerebelo está localizado em uma parte do cérebro chamada fossa posterior.
O meduloblastoma é o tumor cerebral maligno mais comum em crianças. Ele tem início no cerebelo, localizado na parte posterior do cérebro. O meduloblastoma pode se espalhar para outras partes do sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal).
Cerca de 500 novos casos de meduloblastoma pediátrico são diagnosticados todos os anos nos Estados Unidos.
Na maioria dos casos, a causa do meduloblastoma é desconhecida. Mas uma pequena parte é causada por alterações genéticas que podem ser herdadas nas famílias.
O meduloblastoma mais comum em crianças menores de 16 anos. As crianças entre 5 e 9 anos são as mais frequentemente diagnosticadas. Adolescentes mais velhos e adultos também podem receber esse diagnóstico.
O meduloblastoma é dividido em 4 grupos principais, com muitos subgrupos. Esses grupos se baseiam nas características moleculares das células tumorais:
O grupo do tumor influencia o tratamento e o prognóstico. Por isso, o tumor da criança precisa passar por um teste molecular para um diagnóstico preciso.
Tratamento para meduloblastoma pode incluir:
O meduloblastoma é dividido em quatro subgrupos principais com base nas características moleculares das células tumorais. O subtipo WNT corresponde a 10% dos casos, e o subtipo SHH corresponde a 30% dos casos. O grupo 3 corresponde 25% dos casos e o grupo 4 corresponde 35% dos casos.
Os meduloblastomas crescem rapidamente. Esses tumores frequentemente se espalham para outras partes do cérebro e da medula espinhal.
A taxa geral de sobrevivência para o meduloblastoma infantojuvenil nos Estados Unidos é de 70% a 80% (7 a cada 10 casos) quando a doença não se espalhou. Se a doença se espalhar, a taxa de sobrevida é cerca de 60% (6 de 10).
Os sinais e sintomas do meduloblastoma dependem de vários fatores. Eles incluem o tamanho e o local do tumor, a idade da criança e o estágio de desenvolvimento.
Os sintomas do meduloblastoma incluem:
Se o tumor se espalhar para a medula espinhal, os sintomas podem incluir:
O meduloblastoma é um tumor cerebelar. O cerebelo está localizado na parte inferior e posterior do cérebro, em uma região conhecida como fossa posterior. As funções do cerebelo incluem:
A maioria dos meduloblastomas se forma na região central do cerebelo, próxima ao quartoventrículo. À medida que o tumor cresce, ele pode bloquear o fluxo normal do fluido cerebral chamado de líquido cefalorraquidiano. Isso causa um acúmulo de fluido no cérebro chamadohidrocefalia.
O fluido aumenta a pressão no cérebro. Muitos sintomas de meduloblastoma se devem ao acúmulo de fluido.
Certos fatores podem aumentar o risco de meduloblastoma.
Exame de ressonância magnética com marcações mostrando o meduloblastoma no cerebelo.
Os médicos avaliam o meduloblastoma de várias maneiras.
O meduloblastoma é classificado ou descrito com base no risco da doença e no prognóstico. Para ajudar a planejar os tratamentos, os médicos observam:
Os grupos moleculares de meduloblastoma são:
Esses tipos são ainda subdivididos em subgrupos:
Exames moleculares devem ser realizados para se obter o diagnóstico correto. Isso ajudará o médico a elaborar o melhor plano de tratamento para a criança.
A histologia estuda o tamanho e a forma das células tumorais para classificar tumores de meduloblastoma. Essas informações são consideradas em conjunto com os testes moleculares.
Grupos histológicos incluem:
O meduloblastoma também pode ser classificado por metástase ou disseminação da doença:
O tratamento do meduloblastoma inclui:
As abordagens de tratamento do meduloblastoma baseadas em risco classificam os pacientes de acordo com as características do tumor e com os resultados previstos. Os médicos consideram:
O objetivo de uma abordagem baseada em risco é curar a doença e, ao mesmo tempo, reduzir o risco de efeitos colaterais causados pelos tratamentos.
Para os pacientes com previsão de bons resultados, terapias de menor intensidade podem reduzir problemas de longo prazo causados pela radioterapia e pela quimioterapia. Para os pacientes de alto risco, terapias mais intensivas podem aumentar as chances de sobrevivência.
Os pacientes podem receber tratamento dentro de um ensaio clínico.
Cirurgia é o tratamento principal para meduloblastoma. O objetivo é a ressecção total, ou seja, a remoção completa do tumor. Em muitos casos, a maior parte ou todo o tumor pode ser removido com cirurgia. No entanto, em alguns casos, a localização do tumor pode limitar o quanto pode ser removido com segurança.
A síndrome da fossa posterior é um quadro clínico raro que, às vezes, se desenvolve após a cirurgia para remoção de um tumor cerebral na região da fossa posterior do cérebro. Você também pode ter ouvido o nome de mutismo cerebelar. As crianças com essa síndrome podem ter problemas com a fala, o movimento e o humor. O risco de síndrome da fossa posterior é menor quando a cirurgia é realizada por um neurocirurgião experiente. Por isso, é importante buscar um neurocirurgião que já tenha feito muitas cirurgias desse tipo.
A radioterapia geralmente é utilizada após a cirurgia de meduloblastoma. A dose de radioterapia depende do estágio da doença e da categoria de risco do paciente. Em geral, a radioterapia tem como alvo o cérebro e a coluna espinhal (irradiação cranioespinhal), com uma dose mais alta (reforço) no local do tumor principal. Devido aos riscos potenciais à saúde, a radioterapia não é usada em crianças com menos de 3 anos.
Os médicos podem recorrer a formas mais modernas de radioterapia, como a radioterapia com feixe de prótons, no tratamento do meduloblastoma. Esse método permite ajustar tanto a quantidade de energia quanto a profundidade de alcance, de modo a se adequar ao tamanho e ao formato do tumor. Isso permite que os médicos direcionem altas doses de radiação para o tumor, reduzindo os danos às células saudáveis que ficam próximas ao local. Nem todos os centros de tratamento oferecem radioterapia com prótons.
A quimioterapia geralmente é utilizada em conjunto com a radioterapia e a cirurgia para o tratamento do meduloblastoma. Em crianças com menos de 3 anos, a quimioterapia pode ser usada para adiar a radioterapia até que a criança tenha mais idade. A quimioterapia em altas doses também pode ser usada.
Uma combinação de medicamentos quimioterápicos é usada para tratar o meduloblastoma.
As terapias alvo trabalham agindo sobre, ou direcionando, características específicas das células tumorais. Em alguns tumores, há alterações em genes e proteínas que controlam o crescimento e a divisão das células tumorais.
Cientistas estão testando medicamentos para ver se eles conseguem bloquear os sinais que causam o crescimento de certos tipos de células de câncer. A equipe de saúde pode sugerir a terapia alvo como uma opção de tratamento se for ajudar a tratar a doença da criança.
O meduloblastoma SHH ativado é o tipo de meduloblastoma mais comum em crianças com menos de 3 anos. Tumores do grupo 3 são o segundo mais comum.
Os tumores SHH em bebês tendem a ter uma histologia e um perfil molecular favoráveis. Essas crianças frequentemente se adaptam bem com a cirurgia seguida de quimioterapia sem radioterapia.
O meduloblastoma não SHH em bebês é mais difícil de tratar, principalmente se a doença se espalhou.
Podem ser utilizados tratamentos como a radioterapia focal e a quimioterapia em altas doses. Mas o prognóstico é, normalmente, desfavorável. Crianças pequenas com meduloblastoma de alto risco podem experimentar efeitos colaterais que superam os possíveis benefícios do tratamento.
A taxa de sobrevida geral para o meduloblastoma na infância nos Estados Unidos é de 70% a 80% (7–8 de 10) se a doença não se espalhar. Se a doença se espalhar, a taxa de sobrevida é cerca de 60% (6 de 10). A equipe de saúde é a melhor fonte de informações sobre o caso da criança.
O prognóstico para meduloblastoma depende de muitos fatores.
| Subtipo WNT | Subtipo SHH | Grupo 3 | Grupo 4 | |
|---|---|---|---|---|
| % de casos | 10% de meduloblastomas | 30% de meduloblastomas | 25% de meduloblastomas | 35% de meduloblastomas |
| Características do paciente | Mais comum em crianças maiores e adolescentes; raro em bebês | Mais comum em crianças com menos de 3 anos, em adolescentes mais velhos e em adultos | Mais comum em bebês e crianças pequenas; raro em adolescentes; mais comum em pessoas do sexo masculino | Encontrado em todas as faixas etárias, mas raro em bebês; mais comum em pessoas do sexo masculino |
| Histologia do meduloblastoma | • Clássico (mais frequente) • Anaplásico de células grandes (raro) |
• Desmoplásico/nodular • MBEN • Clássico • Anaplásico de células grandes |
• Clássico • Anaplásico de células grandes |
• Clássico • Anaplásico de células grandes (raro) |
| Metástase no diagnóstico | 5 a 10% dos pacientes apresentam doença metastática no diagnóstico | 15 a 20% dos pacientes apresentam doença metastática no diagnóstico | 30 a 45% dos pacientes apresentam doença metastática no diagnóstico | 35 a 40% dos pacientes apresentam doença metastática no diagnóstico |
| Recorrência | Raramente ocorre novamente | Se ocorrer novamente, geralmente é uma doença local | Se ocorrer novamente, geralmente é metastático | Se ocorrer novamente, geralmente é metastático |
| Taxas de sobrevida de 5 anos para meduloblastoma | >90% de sobrevida | 75% de sobrevida | 50% de sobrevida | 75% de sobrevida |
| Prognóstico geral de meduloblastoma | Muito bom | Intermediário, mas bebês têm um prognóstico melhor | Ruim | Intermediário |
Sobreviventes de meduloblastoma podem apresentar diversos problemas relacionados ao tratamento. O acompanhamento contínuo, exames laboratoriais e ressonâncias magnéticas de rotina podem monitorar os pacientes após o tratamento.
O monitoramento deve se concentrar na detecção precoce da recorrência (volta do câncer) e dos efeitos tardios e de longo prazo do tratamento. O cuidado também inclui reabilitação e consulta com neurologista. A equipe de saúde pode ajudar a decidir o melhor plano para a criança.
Sobreviventes de câncer infantojuvenil devem receber acompanhamento de cuidados de saúde de longo prazo. Alguns tratamentos podem causar efeitos tardios. Eles são problemas de saúde que surgem meses ou anos após o término do tratamento.
É importante realizar consultas regulares e exames de acompanhamento com um profissional de saúde. A criança deve receber um plano de cuidados para sobreviventes após concluir o tratamento. Este plano inclui orientações quanto a exames de saúde, fatores de risco da doença e como melhorar a saúde.
Os sobreviventes devem compartilhar este plano com os profissionais de saúde.
Para a saúde geral e prevenção da doença, sobreviventes de câncer devem adotar hábitos saudáveis para proteger sua saúde, incluindo atividade física e alimentação saudável.
Sobreviventes de meduloblastoma têm um risco aumentado de efeitos tardios, dependendo dos tratamentos recebidos.
Esses problemas podem incluir:
Crianças que fizeram tratamento para meduloblastoma podem apresentar, no futuro, dificuldades em áreas da vida diária, como escola, trabalho e relacionamentos. Elas também podem ter menor condicionamento físico e redução da função física.
—
Revisado: Agosto de 2024
A síndrome da fossa posterior, ou mutismo cerebelar, é um quadro clínico que pode ocorrer após a cirurgia para um tumor cerebral da fossa posterior, como meduloblastoma.
A radioterapia é um tratamento oncológico comum para muitos tipos de cânceres pediátricos. Saiba mais sobre radioterapia e o que esperar durante os tratamentos com radiação.
A quimioterapia trata o câncer utilizando medicamentos que agem interrompendo o processo de divisão das células. Saiba mais sobre a quimioterapia e como preparar a criança para esse tratamento.